
Em sessão extraordinária realizada nesta terça-feira (18), a Câmara de Vereadores de São Mateus do Sul aprovou uma operação de crédito para a construção da canalização do Rio Canoas e a bacia de contenção de cheias.
O valor será destinado à construção da canalização do rio Canoas e à instalação de uma bacia de contenção de cheias, um projeto que visa reduzir os riscos de alagamentos na região. Também será debatido a revitalização da Rua Casemiro Witkowski, popularmente conhecida como “Valetão da Vila Prohmann”, além do estudo para a canalização total do Rio Canoas, conforme anunciado pela Secretaria de Obras no início deste ano.

Em entrevista à RDX FM durante a manhã de terça-feira (18), o presidente da Câmara, vereador Valter Przyvitowski (PP), destacou a importância da celeridade nesse processo, uma vez que os prazos para a apresentação da documentação exigida pela Caixa Econômica se encerram no dia 28 de fevereiro. Já na sessão desta terça, os vereadores Allana Feijó (União) e Wagner Wolff (PL) afirmaram considerar a obra de grande importância para a população, mas mencionaram que os recursos a serem aplicados nesse projeto poderiam ser oriundos dos royalties da Petrobras Six.
Sobre o Rio Canoas
O Rio Canoas é o principal ponto em que as águas pluviais escoam, sendo que grande parte vem das vilas Prohmann e Pinheirinho, Centro e parte da Área Industrial. Em dias de chuva com alto volume de água, a capacidade de contenção está além de sua capacidade. Como está situado em uma área com alta densidade demográfica, o Rio Canoas sofre com diversos problemas, como entulhos espalhados às suas margens, lançamento de esgoto residencial, que acabam dificultando o fluxo de suas águas.
Na enchente de 2014, boa parte da população foi afetada por conta das cheias do Rio Canoas, consumindo pertences e obrigando moradores a saírem de suas residências às pressas, causando insegurança e trauma de que o episódio volte a se repetir. O objetivo do projeto, segundo os idealizadores, é restaurar parte da degradação do espaço natural, melhorando a qualidade de vida dos moradores que ali residem, bem como toda a população que poderá usufruir de uma área de lazer e turismo na região.
Cobrança por conta das quedas de energia elétrica
Ainda durante a sessão ordinária desta terça-feira (18), os vereadores comentaram as constantes quedas de energia elétrica em São Mateus do Sul, que tem prejudicado especialmente fumicultores na produção de tabaco. O objetivo do requerimento é convocar os responsáveis da empresa para esclarecer as causas dos problemas e apresentar soluções para os moradores de São Mateus do Sul, além de discutir melhorias no serviço prestado à população.
O vereador Wagner Wolff (PL) afirmou ter uma visão favorável às privatizações, porém no caso da Copel, segundo ele, acaba “dando munição para quem é do contra”. Ele ainda citou que em todo o estado, a Copel vem sendo alvo de críticas pelo mesmo problema. “Eu estava assistindo a sessão da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná e [percebi] que as críticas são gerais no Paraná quanto à qualidade do serviço desempenhado pela Copel. Isso traz muitos riscos de segurança energética para a cidade. Eu fico pensando comigo, que empresa vai querer se instalar num município que tem uma matriz energética instável. Então a Copel tem que prestar esclarecimentos do que vai ser feito, porque eu imagino que se uma empresa é privatizada, a gente espera que. Aumentem os investimentos nessa companhia.
O vereador Cassio Kotrich (Solidariedade) também afirmou esperar respostas e esclarecimentos por parte da Copel. “Eu espero que esse pedido de esclarecimento e de respostas aqui dentro da Câmara venha, e que a gente possa ter alguém da COPEL para que a gente possa cobrar. Porque a gente fala, fala, fala e até agora nós não tivemos resposta nenhuma. E o povo quer resposta, nós estamos aí para isso”, disse.
A vereadora Marta Centa (PSD) citou os investimentos feitos em tecnologia por parte da empresa, mas que até o momento não surtiu o efeito esperado. “A tecnologia está aí para a estufa de fumo, mas daí apaga a luz lá, apaga a energia. Como é que nós vamos botar a tecnologia para funcionar se essas empresas estão prestando esse tipo de serviço? De repente até sobrecarregando o funcionário, tendo o que? Lucro. E quem que está tendo esse lucro? Com certeza não é aquele funcionário que está lá pendurado num poste. E que, às vezes, nós massacramos esse funcionário e a gente diz assim, não está fazendo um bom trabalho. Mas quem garante que esse funcionário não está sobrecarregado de serviço? E quem que está ganhando dinheiro? Não é o funcionário. Com certeza são os acionistas. E cadê esses acionistas agora para colocar a luz para essas pessoas? Então é uma situação lamentável, gente”, disse.
O vereador e presidente da Câmara de Vereadores, Valter Przywitowski (PP) disse que o encontro com os representantes tem como objetivo de apresentar os projetos ao Município. “Nós temos mais de 900 famílias produtoras de tabaco em nosso município, que se utiliza então da energia para poder concluir lá a sua produção lá do tabaco, secar o fumo e tem encontrado dificuldades. Isso é recorrente todos os anos e a Copel, na verdade, ela não informa para o nosso município o que de fato ela está planejando, o que ela está, o que tem alocado de recursos, de obras para a nossa população. Então é mais questão de transparência mesmo da Copel. E também para a gente ver onde está indo os impostos, enfim, que a empresa recebe da nossa cidade.
O vereador Omar Picheth (PSB) comentou sobre consumidores que além das quedas de energia elétrica, sofrem com a perda de equipamentos. “Vamos pensar no pequeno agricultor. Aquele que tem dificuldade em ter internet, aquele que tem dificuldade em ter a luz, como ele vai se defender numa empresa do tamanho dessa, que tem advogados e escritórios contratados? A pessoa humilde, que gasta em torno de 100 kW por mês, mora no interior de nossa cidade ou interior de qualquer cidade do estado do Paraná, perde o equipamento porque deu algum diferencial de potência, de luz e queimou seus equipamentos. Quanto tempo ele vai rever e vai conseguir rever, mesmo que provando para Copel, a substituição do seu aparelho ou a pedra da sua caga? Qual é a dificuldade de um pequeno agricultor lá do interior entrar uma ação na justiça contra qualquer órgão? Público ou não público">