
Através de um requerimento solicitado pelo presidente da Câmara de Vereadores, Valter Przyvitowski (PP), aconteceu nesta quinta-feira (20) nas dependências da Casa de Leis do município de São Mateus do Sul, uma reunião com o gerente regional da Copel, Rodrigo Cavalheiro.
O objetivo do encontro foi para que o representante da empresa fizesse esclarecimentos sobre as constantes quedas de energia elétrica, onde somente em janeiro deste ano, houveram quatro registros, conforme divulgado pelo Portal RDX. Além disso, também foram questionados sobre os investimentos feitos pela Copel em São Mateus do Sul para evitar esse tipo de problema.
Na avaliação do vereador Valter, a reunião foi uma oportunidade para apresentar as demandas da população, que são encaminhadas diariamente à reportagem da RDX, e que puderam ser apresentadas na Câmara Municipal. “Eu acredito que através dessa conversa no dia de hoje, a gente consiga resultados positivos para a nossa população, principalmente na região produtora de tabaco no nosso município, que sofre tanto com constantes quedas de energia, em especial a região da Estiva, que está sendo bem castigada aí por essas frequentes quedas. É claro que eles não colocaram todas as respostas à disposição, porque foram várias indagações, mas a gente espera agora na sequência a resposta de maneira oficial da Copel, para a gente poder colocar à população são-mateuense, explicar os futuros investimentos da Copel, as ações que eles estão realmente fazendo no nosso município, principalmente com a questão da rede trifásica, que a gente espera que contemple todo o nosso município”, disse.

Sobre as constantes quedas de energia elétrica, o gerente regional da Copel, Rodrigo Cavalheiro, afirmou que as causas foram por conta de um problema na subestação. “Nós tivemos um problema na substação, a gente pode ser muito transparente em relação a isso e isso está no nosso indicador, que é um problema no equipamento dentro da substação que acabou dando esse desligamento. Mas nós temos um sistema robusto que consegue identificar e energizar por outro equipamento, então não ficou desligado, mas sim gerou esse problema, desligou a energia durante um tempo. Inclusive, um dos dias eu estava aqui na cidade e presenciei o caso. Então, sim, aconteceu, mas foi regularizado, era uma situação na subestação nossa e que não é para acontecer de novo. Já sobre os desligamentos pontuais que a gente tem tido, aí vem por relação à própria tempestade, questão climática, então a gente precisaria analisar cada situação. Nós tivemos, por exemplo, temporais que aram, ou somente em uma região, isso pensando em União da Vitória, pensando aqui em São Mateus. ou somente numa área rural, somente no Estiva, somente numa região específica. E aqui às vezes nem choveu, nem aconteceu nada. Eu me comprometo a buscar depois algumas referências, algumas unidades consumidoras, porque como eu disse, o indicador de toda a cidade de São Mateus do Sul está muito bom, mas claro, às vezes um consumidor lá no final, um trecho, ele está sentindo muito mais do que um consumidor aqui no urbano. Então aí a gente precisa trabalhar com uma lente focada em alguns pontos”, disse.
Rodrigo também explicou sobre situações em que o consumidor acaba sofrendo devido a queda de luz. “Conforme prevê a Aneel, nós temos duas situações aí nesse caso. Uma empresa, por exemplo, ou uma residência que fica sem energia por um determinado tempo, ele é ressarcido, um valor baixo, mas ele é ressarcido na própria fatura, ele vem um crédito ali. Quando é uma empresa de grupo A, que a gente fala que é alta tensão, esse valor é maior. Nós temos indenizações ali pagas nas faturas e valores maiores. Mas nós temos esse caso, que a própria legislação já exige, que esse consumidor, por ele ter ficado ‘x’ horas desligado naquele ano, naquele mês, ele vai receber essa indenização. Nós temos também os ressarcimento. Ressarcimento, nós temos dois tipos. Um que é o ressarcimento de danos elétricos. Então, às vezes, um motor que queima, alguma situação assim, que é o mais comum. Aí, esse cliente, ele vai fazer o pedido nos atendimentos nossos de ressarcimento de danos elétricos. O que é importante? Ele colocar exatamente o dia, o horário que deu o problema. Às vezes, a gente não consegue fazer o pagamento porque ele coloca um dia qualquer. Aí, a gente cruza com o nosso sistema e não consegue realizar esse pagamento. E temos outro ressarcimento que é de outros danos. Um exemplo, caiu um cabo, arrebentou um cabo, ele caiu energizado e matou dois bois. Ele vai entrar com pedido de ressarcimento sobre a perda dos dois bois. Agora a questão dos fumicultores, que é bem impactante aqui na região, aí ele vai entrar com esse tipo de ressarcimento do fumo que a Copel vai avaliar. Tem casos que a Copel realiza o ressarcimento, tem casos que não. E aí daí só o judicial”, explicou.

O responsável pela Copel também comentou sobre as mudanças no quadro efetivo das equipes terceirizadas da empresa. O que tivemos de mudança foram os eletricistas próprios, que foram mudados, eles acabaram saindo da Copel e se desligaram, foram para outras áreas e a gente acabou contratando o terceirizado, mas não reduziu a quantidade de equipes. E confesso para vocês que a quantidade de serviços hoje está diferente, já está diminuindo um pouco por causa da questão dos medidores inteligentes, que já têm nos ajudado, mas ainda não da forma que a gente espera. Hoje, por exemplo, não precisa ir lá cortar uma unidade consumidor e nem religar, ele já faz isso de forma automática, e isso, mesmo assim, a gente não vai diminuir a força de trabalho porque nós temos várias demandas que a gente quer fazer preventivas, para que não desligue a rede. Nesse caso, por exemplo, aqui do urbano, a gente agora só consegue fazer com a rede ligada e não vai conseguir desligar para ficar cortando essas árvores. Então, tem que ser uma equipe específica, de linha viva, que a gente chama, ela trabalha com o caminhão e trabalha com a rede energizada, tem toda uma proteção diferente e tudo mais. Mas a gente não tem nenhuma intenção de reduzir, até porque quando tem um temporal, falta equipe. Então não tem como reduzir mesmo”.
Outro assunto levantado na reunião foi sobre a previsão de investimentos em São Mateus do Sul. “Nós temos sim investimentos em religadores automáticos, tudo de forma para que o sistema ele entenda o que está acontecendo e faça sem precisar ir uma equipe lá no local, por conta da demora. A gente imagina desligar uma rede duas da manhã, e até a equipe acordar, colocar roupa, então a gente já tem investimento em relação. Sobre investimentos em subestações aqui em São Mateus do Sul, não há necessidade. Tivemos melhorias na unidade de São Mateus do Sul, como a troca de alguns equipamentos, inclusive do transformador, para que tenha demanda suficiente caso venha fábricas ou empresas pra cá, então isso já foi feito. Um outro avanço que nós tivemos também há alguns anos foi a subestação de Antônio Olinto, que beneficiou muito o município, mas também São Mateus do Sul. A gente consegue atender de forma isolada, com outro alimentador, evitando qualquer piscada ou desligamento na cidade. Mas nós temos investimento do Paraná Trifásico, troca de cabos por aquele modelo de cabo protegido, que evita o desligamento por conta do toque de um galho, algo assim. Mas temos sim, um planejamento para São Mateus do Sul”, enfatizou.

Questionado sobre a alteração dos medidores convencionais por medidores inteligentes, ele ressaltou que as quedas de luz não tem relação por conta dessa troca. Ele também explicou que há uma expectativa, de que dentro de alguns anos, os medidores sejam mais ágeis e funcionais. “Nós temos uma expectativa de um pequeno espaço de tempo, talvez alguns anos ainda, de conseguir entender já de forma automática, quando esse medidor desligar, ele já sinalizar para nós. Esse é o ápice do Smart Grid, do projeto do rede inteligente que nós queremos chegar. Ele vai ter essa funcionalidade, sem depender do consumidor reclamar que está sem energia. Atualmente ainda precisa, então a gente conta muito com esse apoio de todos vocês, seja o Poder Público, ou mesmo a imprensa, para nos informar esse tipo de situação”, finalizou.